Fome e insegurança alimentar: “ecos” da pandemia?
Segundo o “Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil”, lançado recentemente, a incerteza quanto ao acesso aos alimentos e o comprometimento da qualidade da alimentação têm alcançado a casa de 28,0% dos brasileiros. A restrição quantitativa aos alimentos alcança atualmente, de forma avassaladora, mais de 30% dos domicílios, dentre os quais 15,5% têm convivido com a fome. São mais de 33 milhões em situação de fome atualmente no Brasil e 125 milhões de pessoas vivendo diuturnamente com a insegurança alimentar batendo em suas portas.
Pandemia: uma nova onda sob efeitos de uma velha política.
Nestes pouco mais de dois anos a pandemia de covid-19 transformou profundamente as formas cotidianas de interação social, impôs novas rotinas de autocuidado, modificou as relações de trabalho, reestruturou as formas de convivência doméstica – com todas as suas conhecidas consequências negativas –, interditou o compartilhamento público de arte e lazer e causou impactos socioeconômicos desastrosos para emprego, renda e segurança alimentar.
Lugar de criança é na escola
A Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei (PL) 3.179/2012, que regulamenta o ensino domiciliar no Brasil (homeschooling), em uma tramitação que dispensou previsões regimentais e não passou por comissões, sendo votado em regime de urgência urgentíssima. O projeto de lei altera o sistema educacional brasileiro; a escolarização é colocada no mesmo patamar da educação em casa, situando-se, portanto, na contramão das demandas sociais da educação, solidamente reconhecidas por todas e todos os maiores especialistas em educação do Brasil e do mundo, por mais escolas e pela ampliação do tempo de permanência, sobretudo diante da realidade socioeconômica da maioria das famílias de países em desenvolvimento.
Uma pandemia não se encerra por Portaria
O Ministro da Saúde, por imposição desmedida do seu patrão, decretou fim da pandemia de COVID-19, retirando o Brasil do estado de emergência sanitária.
Em coletiva de imprensa este Sr. declarou que o país tem total controle da pandemia, usando como argumentos que os índices de contaminação estão baixos. Isso não é verdade, e que a taxa de mortes está baixa. Ele aproveita o apagão do sistema de informação (ataque cibernético) que retirou do ar sites e plataformas importantes no acompanhamento da pandemia e para o apoio a programas sociais, como o ConecteSUS, o Painel Coronavírus e o DataSUS. Sem tais bases de dados não há informação segura e confiável sobre a pandemia no Brasil.